A CEGONHA CHEGOU, COMO FICA A VIDA SEXUAL DO CASAL?
PERGUNTAS & RESPOSTAS
A chegada do primeiro filho é uma delícia, sinônimo de festas, sorrisos, esperanças. Mas ela pode também produzir angústias, medos e irritações, com repercussão direta na harmonia do casamento. Porque todo bebê causa repercute uma mudança na vida dos novos pais.
É preciso refazer arranjos, mudar os papéis, sintonizar referências de infância, enfim, transformar o que era vida a dois em uma família. É fundamental que tenham conhecimento e abram espaços em para permitir todos os ajustes necessários, tanto emocionais quanto estruturais.
As mudanças ocorrerão tanto nas atividades do dia a dia como, por exemplo, decidir aonde almoçar, passear ou mesmo para onde viajar com o bebê, até mudanças nas preocupações e projeções para o futuro. É imprescindível discutir e planejar a vida sexual do casal, que altera completamente com a gestação e chegada de uma criança.
Muitos casais diminuem a frequência ou param de fazer sexo após a chegada do primeiro filho. Isso pode afetar o casamento ou qualquer outro tipo de relação que os pais tenham, de maneira praticamente irreversível. O que ocorre é que os pais estão mais preocupados com seus novos papéis, negligenciando suas vontades e ao parceiro.
Um estudo feito pelo Instituto OnePlusOne apontou que mais de 1/4 dos novos pais já estavam preocupados com o fato de suas mulheres quererem parar de fazer sexo após o nascimento da criança e a mesma proporção de pais gostaria de ter mais um tempo sozinho, antes de ter preocupações constantes com um bebê.
A pesquisa contou com mais de 1,4 mil pais e mães voluntários e indicou que quase metade dos casais se separaram após o nascimento de seu primeiro filho; destes, 2/5 romperam ainda durante a gravidez ou antes de a criança completar 3 anos.
Após o nascimento do primeiro filho muita coisa muda. A atenção, que antes era toda para o parceiro, agora é para a criança que depende totalmente da mãe. Noites inteiras de sono, descanso, profissão, relação, sexo e os cuidados pessoais sofrem uma reviravolta. Sem falar nos gastos, motivos de preocupação e às vezes brigas entre o casal.
Com tanta coisa acontecendo após a maternidade, o sexo é deixado de lado. O casal acaba demorando a perceber que precisa reativá-lo. Se um segundo filho vem em pouco tempo, essa recuperação pode tardar mais ainda ou nem ocorrer.
Para começar, a casa, que antes recebia somente o casal e alguns amigos e parentes nos fins de semana, passa a ter um trânsito intenso de visitas. Sem contar as horas das mamadas, banhos, trocas de fraldas, que levam os novos pais à tensão e à exaustão. Por um período ninguém pensa em sexo.
Do ponto de vista físico, a mulher pode vir a apresentar dores durante a penetração devido ao ressecamento vaginal e perda do apetite sexual, ambos causados pelo aumento da prolactina, hormônio importante para a amamentação. Nesses casos, é indicado um gel lubrificante à base de água para facilitar a penetração e a masturbação entre o casal.
Psicologicamente, desde o início mãe e bebê vivem uma relação emocional intensa. É uma fase importante na constituição do vínculo afetivo e para a sobrevivência do pequeno. Contudo, a separação psíquica com o passar dos meses é imprescindível para que o pai faça parte desse elo. Muitos parceiros apresentam sentimentos de exclusão e abandono nesse período.
Também há mudanças do lado dos homens. Após a vinda da criança, alguns passam a enxergar a parceira com um olhar sagrado, não mais como sua amante, a mulher sensual. Quando isso ocorre, ele rompe com o erotismo e perde seu desejo por ela.
Para que o momento em que a família cresce e a felicidade é plena sejam marcantes e felizes, sugiro algumas atitudes para homens e mulheres agregarem à rotina de vida.
Eles devem pensar duas vezes ao invés de perder a cabeça e falar algo que possa magoar a esposa. Em vez de reclamar pela falta, porque não ser sedutor e afetuoso? Elogie, mostre o seu desejo e interesse sem ser agressivo.
– Algumas mulheres não gostam do contato oral no seio enquanto amamentam. Procure saber o que ela deseja.
– A partir de agora, ela conta com a sua ajuda para que ao final do dia tenha disposição para o sexo. Homem no sofá com controle nas mãos está fora de cogitação. Acorda, a vida mudou! As mulheres podem e devem retomar às atividades imprescindíveis para a autoestima, como ir ao cabeleireiro, fazer massagem e praticar exercícios, que podem até ajudar na flexibilidade durante a transa.
– Use as fantasias para ativar sua libido e motivação sexual.
– Não se sinta desconfortável em pedir ajuda para as visitas com o bebê, pois esses momentos só para você são necessários para recarregar as energias.
Para o casal:
– Conversem a respeito das mudanças e de seus sentimentos mútuos, assim como vocês faziam durante o namoro. Recuperar a intimidade é importante para a relação.
– Retirem o máximo de prazer juntos. Caprichem nos beijos, carinhos e, quando se derem conta, já estarão transando. Substituam a quantidade de sexo pela qualidade.
– Arrumem um tempo só para vocês à medida em que o bebê vai crescendo. Deixá-lo com os avós ou tios pode ser uma boa opção de vez em quando. Saia para jantar, retome o motel e os encontros com amigos.
FONTE: Flaviane Brandemberg
CHARNELBLOG-2015