Livros de colorir para adultos são nova tendência no mercado
CULTURA
Artistas renomados já se renderam a esse gênero, como o cartunista Christiano Mascaro
"Acho interessante estimular as pessoas a saírem do computador para fazerem mais trabalhos manuais", opina Christiano Mascaro, que é um dos artistas participantes do livro Suruba para colorir. A publicação, lançada este mês pelo selo Bebel Books, é mais um exemplo de um novo segmento do mercado editorial que tem feito sucesso ao estimular os adultos a praticarem uma atividade lúdica normalmente associada à infância: pintar desenhos. Livros de colorir para adultos tornaram-se uma tendência. Em países como a França, por exemplo, eles já são mais vendidos do que a literatura gastronômica (segundo dados divulgados pela editora Michael O'Mara). No Brasil, os títulos disponíveis já chamam atenção pela quantidade e pela diversidade de estilos. O Suruba é formado por figuras eróticas (ou até pornográficas), mas há também publicações dedicadas a anatomia, patrimônio histórico, jardins e mandalas. Além do Suruba para colorir, que tem trabalhos de desenhistas como Mascaro, Laerte e Fábio Zimbres, outro projeto que envolve artistas de Pernambuco é o livro Sie fliegen, produzido pelo ateliê Aviatrix, sediado em Berlim e organizado pela brasileira Renata Faccenda (ex-moradora do Recife). Ilustrações dos pernambucanos Fernando Peres e Isabela Stampanoni podem ser coloridos nas suas páginas ao lado de obras de desenhistas de países como França, Dinamarca, Itália e Estados Unidos. O produto não está à venda no Brasil, mas pode ser encomendado pela internet (www.aviatrixatelier.de). Na capa, está escrito: "Para crianças entre 1 e 100 anos de idade".
Desenhos de Fábio Zimbres e Carlo Giovani presentes no livro Suruba para Colorir. Fotos: Bebel Books/ divulgação
Nesses casos com proposta mais artística, como o Sie fliegen e o Suruba, um dos aspectos mais interessantes é a possibilidade de interação do público com os trabalhos, já que o resultado é diferente de acordo com cada pessoa (as obras só ficam prontas depois desse contato). Os artistas fazem os traços e os leitores participam com as cores. O ícone pop Andy Wahrol também produziu trabalhos com esse intuito, lançados no Brasil pela editora DBA.
Na Europa, um dos maiores êxitos do gênero é a coleção Colour me good, da ilustradora britânica Mel Elliott. Cada volume é dedicado a um tema relacionado à cultura pop, como artistas famosos (Benedict Cumberbatch, Ryan gosling, Taylor Swift, Kate Moss), gêneros musicais (hip hop) ou capas de discos.
Benedict Cumberbatch para colorir, desenhado por Mel Elliot
No Brasil, um título bastante curioso é Frei Galvão para colorir, formado por desenhos de edifícios históricos que marcaram a vida do santo brasileiro. Há também livros com objetivos terapêuticos, para diminuir o estresse do cotidiano, como o recém-lançado Jardim encantado.
ARTIGO PUBLICADO Por Júlio Cavani - Diario de PernambucoPublicação: 24/03/2015 11:00 Atualização: 26/03/2015 11:19
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