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ANÁLISE DE 50 TONS DE CINZA : TODAS AS CRÍTICAS DO CINEMA REUNIDAS AQUI PARA VOCÊ

ARTIGOS

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1) UOL CINEMA. por Estéfani Medeiros

"Cinquenta Tons de Cinza" arranca risadas da crítica no Festival de Berlim"

Parte da cota Hollywoodiana da Berlinale, o aguardado primeiro filme da trilogia "Cinquenta Tons de Cinza" foi exibido na noite desta quarta (11), em uma sessão para 350 jornalistas. E risadas foram a principal reação dos críticos aos diálogos forçados e cenas relacionadas ao contrato de sadomasoquismo criado pelo empresário Christian Grey (Jamie Dornan) para que Anastasia Steele (Dakota Johnson) seja sua submissa.

"A personagem é muito ingênua e muito jovem, e o filme gira em torno dos problemas do casal. A atuação de Dakota Johnston tem alguns momentos de brilho, mas as cenas de S&M são fracas, assim como o drama", opinou Jan Schulz-Ojala, do "Tagesspiegel", um dos principais jornais de Berlim, na saída da sessão.

Da rádio RBB, Anna Wolner comentou que "assim como o livro, os diálogos são muito rasos. Tudo parece muito agradável, suave e educado". Alguns jornalistas preferiram demonstrar suas opiniões apenas com cara feia e um curto e grosso "não gostei".

Apesar de fazer parte da seleção especial do evento, espaço ocupado por filmes como "Grande Hotel Budapeste" no ano passado, "Life" e "Queen of The Desert" neste ano, a pré-estreia internacional do longa recebeu atenção secundária. A adaptação do livro de E.L. James não usa o tapete vermelho do Berlinale Palast, ocupado nesta noite pelo elenco do elogiado "Violência", filme do diretor Jorge Forero, um dos favoritos na competição.

Coincidindo com o Dia dos Namorados no Hemisfério Norte, a estreia do filme causou frisson nos cinemas locais, com 700 mil ingressos vendidos na pré-estreia alemã. Fãs dormem na frente do Zoo Palast desde as 5h para ter a oportunidade de ver os atores pela primeira vez.

ARTIGO PUBLICADO NO UOL

http://cinema.uol.com.br/noticias/redacao/2015/02/11/cinquenta-tons-de-cinza-arranca-risadas-da-critica-no-festival-de-berlim.htm

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2) UOL CINEMA por Natalia Engler

Fraco, "50 Tons" fará sucesso apelando para fantasias femininas comuns

"Cinquenta Tons de Cinza", que estreia nesta quinta (12) , é, sim, um filme fraco. O que não significa que não será muito bem-sucedido, assim como o best-seller de E.L. James, em que se baseia. E James é a culpada tanto pelas fraquezas do filme como por seu provável sucesso, já que o longa é bastante fiel ao material original.

Todos os pontos fracos do filme já estavam no livro, a começar pela premissa: a inocente e sem-graça universitária Anastasia Steele (Dakota Johnson) chama a atenção do jovem e atraente milionário Christian Grey (Jamie Dornan). Mas, para complicar as coisas, ele é um cara "traumatizado", que não se rende ao romance, e adepto do sadomasoquismo.

Estamos no campo dos contos de fadas, ainda que em uma versão um pouco mais picante, recheada de fantasias comuns a muitas mulheres: a de chamar a atenção de um homem supostamente mais interessante do que elas; a de ser especial, por fazer com que o sujeito se apaixone como não se apaixonou por outras mulheres; e a de "consertar" um cara traumatizado. E isso vai garantir uma bilheteria milionária ao filme.

E não se engane. O que realmente importa aqui é o romance, não o sexo, e é por isso que Grey encarna uma versão aperfeiçoada do príncipe encantado, o homem que sempre surpreende sua amada, seja apresentando-a como namorada à família --mesmo depois de dizer que não curte "flores e bombons"--, convidando-a para dançar ou com um romântico passeio de planador nas primeiras horas da manhã. Como um "plus", ele ainda é um deus do sexo, mesmo que pouco ortodoxo, capaz de provocar na virginal Anastasia orgasmos intensos, em poucos minutos.

Mesmo com tantos clichês --que dizem muito sobre a maneira infantilizada com que a indústria do entretenimento trata as mulheres--, é fácil imaginar que é sobre este tipo de coisa que a dona de casa fantasia quando fecha os olhos, deitada ao lado do marido sem-graça. Ou a mulher "moderna", bem-sucedida profissional e financeiramente, para quem ainda falta o homem "perfeito" –ou que pode ficar perfeito com apenas algumas modificações.

Para quem compra a ideia –número que deve facilmente chegar a milhões--, o conselho é: se não leu o livro, veja apenas o filme.

É fato que ainda há nele resquícios de diálogos que soam como piada, de tão pouco naturais, e que entraram no filme quase iguais ao livro –na segunda vez em que Ana e Grey se encontram, ele resolve fazer compras na loja de materiais de construção onde ela trabalha e pede uma sugestão do que levar: "'Macacões', respondo, e sei que já perdi o controle do que sai da minha boca. Ele ergue uma sobrancelha, achando graça de novo. 'Você não ia querer estragar sua roupa'. Faço um gesto vago na direção da sua calça. 'Eu sempre poderia tirá-las'. Ele dá um sorriso afetado".

Também estão presentes tiques irritantes de E.L. James, como a frequência absurda com que Ana morde os lábios e a forma como a personagem ofega e sussurra o tempo todo quando está perto de Grey.

Mesmo assim, é visível o esforço da diretora Sam Taylor-Johnson em dar ritmo à história e em buscar um trabalho verossímil dos atores, dentro dos limites do texto de James, que assina o roteiro ao lado de Kelly Marcel ("Walt nos Bastidores de Mary Poppins"). A diretora também tem a seu favor o fato de que seria difícil transpor para a tela algumas das piores partes do livro: a narração em primeira pessoa de Ana, que faz comentários infantiloides por todo o romance, além das conversas imaginárias que trava com seu inconsciente e com sua "deusa interior".

Sexo

Nas cenas de sexo, a ausência dos comentários da personagem são um verdadeiro alívio --ler trechos como "Ele paira em cima de mim. Eu me retorço de desejo" é de doer. O que não significa que o resultado seja digno de nota.

Poucas (apenas quatro em duas horas) e rápidas, as cenas de sexo podem até parecer mais "picantes" do que o normal, por envolverem gravatas, palmadas, chicotes ou cordas, mas perdem feio em termos de erotismo e ousadia para filmes europeus como "Azul É a Cor Mais Quente", para citar um exemplo recente.

O que não é de se estranhar, pois estamos em Hollywood, e é sabido que a produção fez de tudo para garantir a classificação "R", que permite menores de 17 anos acompanhados de um responsável. O que estranha, na verdade, é um filme cujo principal público são as mulheres ter mais nudez feminina do que masculina.

Os seios de Dakota Johnson balançam com desenvoltura em frente à câmera em várias cenas, e vemos até um pouco de pelos púbicos. Do outro lado, o público feminino é brindado apenas com tomadas das costas nuas de Jamie Dornan e raras aparições de seu bumbum –o que já deve fazer muita gente suspirar, pois o ator talvez seja o maior motivo para elas irem ao cinema.

O público merecia mais. E não só em termos de sexo. Mas isso não deve ser um problema para a bilheteria.

ARTIGO PUBLICADO NO UOL http://cinema.uol.com.br/noticias/redacao/2015/02/11/fraco-50-tons-fara-sucesso-apelando-para-fantasias-femininas-comuns.htm

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3) VEJA 12.02.2015 por RAQUEL CAMEIRO

Problema do filme '50 Tons' é o mesmo do livro: a autora

Apesar da história inverossímil, adaptação do best-seller erótico ganha pontos pela direção, bons atores e cenas de sexo leves, mas suficientes.

Exceto pela retomada da clássica série Star Wars, que estreia seu episódio 7 em dezembro, não é exagero dizer que a adaptação cinematográfica de Cinquenta Tons de Cinza é o filme mais aguardado de 2015. A espera de dois anos pelo longa baseado no best-seller de E.L. James chega ao fim nesta quinta-feira, quando a produção assinada pela cineasta Sam Taylor-Johnson entra em cartaz em 1.090 salas.

A fantasia para moças recatadas começa com Anastasia Steele (Dakota Johnson), uma garota desajustada, tímida e virgem, que substitui uma amiga em um trabalho da faculdade de jornalismo e, assim, tem a missão de entrevistar Christian Grey (Jamie Dornan). O rapaz é um bilionário bonitão, jovem, de corpo malhado e olhar penetrante. Em poucos minutos, e sabe-se lá por quê, a mocinha sem graça se torna objeto de desejo do partidão cobiçado — trama que remonta aos primórdios de Cinquenta Tons, nascido como fanfic da puritana saga vampirescaCrepúsculo, na qual a menina de baixa autoestima Bella vira alvo do garoto mais desejado do colégio, o vampiro Edward.

Ao esmiuçar a produção, percebe-se que a diretora Sam Taylor-Johnson se mostrou esforçada e que merece bons adjetivos. O mesmo serve para falar do casal de protagonistas Dakota Johnson e Jamie Dornan. Porém, o grande problema do filme erótico é o que sempre existiu: o texto pobre e inverossímil da escritora E.L. James. A fidelidade aos livros— que venderam mais de 100 milhões de cópias no mundo — foi motivo de discussão entre a cineasta e a autora britânica, que possui total controle sobre a história, como reza o restritivo contrato assinado por ela com o estúdio Universal, o responsável pela adaptação. O jeito foi seguir o script e adicionar um pouco de plasticidade às cenas, com pitadas de ironia, o que fez da produção um soft porn classudo e deu aos personagens rasos um tom mais divertido.

O que deixa levemente interessante essa história sofrível é a tentativa de explorar o misterioso universo do sadomasoquismo. No cinema, os elementos sexuais aparecem rápido, quando, no primeiro encontro oficial, Grey leva Anastasia de helicóptero para a sua cobertura em Seattle. Lá, a jovem se mostra disposta a “fazer amor” com seu par, e logo é advertida por ele: “Eu não faço amor”. O bilionário pergunta se a jovem quer saber mais sobre seus gostos peculiares. A resposta positiva da donzela virginal serve como chave para o Quarto Vermelho, que abriga todos os “brinquedos” de Grey. Mal a garota se recupera da surpresa, ele já explica os termos do possível relacionamento. Se quiser desfrutar da companhia do empresário, Anastasia deve assinar um contrato aceitando ser sua submissa. Pelo acordo, ela diz também se concorda ou não em ter uma relação sexual, seu tipo de alimentação e os médicos que deve consultar, se preciso, entre outros detalhes.

Um tanto confusa, mas muito segura para uma mulher que nunca teve uma relação sexual na vida e que acaba de conhecer um homem afeito a chicotes, Anastasia revela que ainda é virgem. Situação rapidamente resolvida pelo magnata, que abre uma exceção e transa -- do jeito convencional -- com ela em seu quarto pessoal.

As faladas cenas de sexo ficam dentro do esperado para um filme comercial, que almeja bilheteria estrondosa e possui censura quase livre. Sem nus frontais, quem se expõe mais é Dakota. A atriz passa bastante tempo sem roupa e até deixa à mostra alguns (muitos) pelos pubianos — depilação à la Cláudia Ohana, amplamente debatida com a diretora antes de ser filmada. A preocupação dos fãs em relação à química entre os atores é dissipada nos primeiros minutos. Em um sincronizado pas de deux, Dakota e Dornan provam que mereciam os papeis e mostram desenvoltura no jogo de falas, olhares e, o mais importante, na pegação. Destaque para a cena em que Anastasia leva o tal contrato para uma reunião de negócios na empresa de Dornan. A fotografia com iluminação avermelhada cria o tom certo para a conversa sensual da dupla. Momentos raros que deveriam fazem valer a pena o valor do ingresso, mas, que, infelizmente, são mesmo raros.

ARTIGO PUBLICADO NA VEJA http://veja.abril.com.br/noticia/entretenimento/problema-do-filme-50-tons-e-o-mesmo-do-livro-a-autora

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4) ADOROCINEMA por Renato Hermsdorff

Muito beijo, pouca mordida

Christian Grey (Jamie Dornan) é jovem, discreto, podre de rico, dono de um tanquinho invejável; Anastasia Steele (Dakota Johnson) é mais jovem ainda, estudante de literatura e inocente. É a partir do encontro desses dois personagens que se constrói a trama central de Cinquenta Tons de Cinza. Dois arquétipos (no caso, clichês mesmo) que, se não fosse por um gosto peculiar do Sr. Grey (como ele gosta de ser chamado) passariam despercebidos no imaginário coletivo mundial: ele é adepto do BDSM (Bondage, Disciplina, Dominação, Submissão, Sadismo e Masoquismo). A informação faz sentido para o caso de você ter hibernado nos últimos quatro anos. Baseado na obra da escritora E. L. James lançada em 2011, a adaptação hollywoodiana da diretora Sam Taylor-Johnson para a história que já vendeu mais de 100 milhões de exemplares no mundo todo (a trilogia), no entanto, está mais para o make love do que para o fuck, ao contrário do que preconiza o protagonista. Para além das frases de efeito (que ele pronuncia), da voz sussurrada (que ela entoa), das interpretações sofríveis (na verdade, bem mais dele do que dela, Dornan, quase robótico, parece ter sido orientado a seguir contido, mas só transparece tensão), uma trilha original de um pornô de quinta e de todo o riso involuntário que o conjunto provoca, há, sim, nudez a dar com pau, como se diz (muito mais dela do que dele, há de se observar o conservadorismo). E esse é o ponto “ousado” (aspas que se justificam pelo caráter da discriminação de gênero) do filme. Passada a primeira metade de um moralismo vergonhoso (além de exigir exclusividade na relação, ela nem sequer pode consumir álcool, a pedido do "dominador"), os dois embarcam na relação sexual propriamente dita. Há boas cenas, de fato bem dirigidas, mas, ao contrário do que se poderia imaginar, o sexo é politicamente correto no trato, asséptico (ninguém sua) até na construção do cômodo que deveria ser palco de altas sacanagens – e com câmera lenta para suavizar a chicotada. E a narrativa é contraditória. O personagem que bate o pé ao dizer que não é do tipo “corações e flores”, na cena seguinte está passeando de mãozinhas dadas com a donzela indefesa. Apesar de machista, a submissão de Ana não chega a ser misógina, afinal, é consentida e prevista em um inacreditável e literal contrato, como os de aluguel, dos mais chatos, que ele propõe – e cujas cláusulas mais “chocantes” ela faz questão de excluir, em mais uma atitude retrógrada. Era de se esperar, no entanto. Hollywood não gosta de quebrar tabus. Mas o buraco é mais embaixo quando, para justificar uma preferência sexual, digamos, não convencional, a obra impõe a necessidade de atrelá-la a um trauma (mesmo que o filme não se alongue na questão), a uma condição “fora do normal”. E precisa de justificativa? O sexo, mesmo o não convencional, não pode ser prazeroso pura e simplesmente (desde que acordado entre as partes)? Ok, vamos assumir que se trata de uma história de amor, acima de tudo. Sob essa ótica, Cinquenta Tons de Cinza é (só) mais um melodrama açucarado no cardápio de Hollywood - de final surpreendente, diga-se. Enquanto não se decide se ele cede ao romantismo dela ou se ela abre mão das suas convicções para brincar no mundo dele, há um interessante jogo de perseguição – bem-humorado – entre os dois. Mas as situações resultam repetitivas ao longo das duas horas de projeção. E os conflitos seguem fracos. No fim, o filme está muito mais para a palheta sépia mórmon da saga Crepúsculo do que para a sensualidade de cores vibrantes de 9 1/2 Semanas de Amor. Ou seja, muito beijo, pouca mordida.

nota final 2.5/5.

ARTIGO PUBLICADO NO ADOROCINEMA http://www.adorocinema.com/filmes/filme-205450/criticas-adorocinema/

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5) DIÁRIO 24H por Marcos Henderson 12/02/2015 20:04

Apesar da crítica, fãs elogiam "Cinquenta Tons de Cinza"

Pouco antes da pré-estreia de "Cinquenta Tons de Cinza", diversos sites especializados em cinema divulgaram resenhas sobre o longa-metragem e as notas não eram nem um pouco animadoras, já que a maioria colocava diversos pontos negativos e, às vezes, nenhum positivo sequer. Talvez a má receptividade dos críticos tenha sido causada pela expectativa criada em cima das cenas de sexo e os possíveis diálogos pesados, que na verdade não acontecem na trama.

Apesar de tudo, na página oficial do longa, no Brasil, diversos fãs fizeram ótimos comentários após assistir à adaptação do livro homônimo de E.L. James. "Amei amei amei! Também assisti na pre estréia, quem leu o livro amou o filme! Realmente se fosse pra ser como no livro detalhadamente teria que ter no mínimo 5h de filme. Também acho que era pra ter sido feita a cena do oral na banheira. Mas enfim, amei e já pode passar o 50 tons mais escuro esse ano! Ansiosa já!!!!", disse uma internauta.

"Assisti na pre estréia, simplesmente peeeeeeeeerfeito. Cortaram bastantes partes do livro, mas ta tudo bem porque as melhores estão no filme, pois se for por o livro todo vamos combinar que o filme teria que ser de umas 5hrs, uhsush, o final é o mesmo do livro, eles terminam após o Christina dar 6 chicotadas na Anastasia. Mas o filme foi simplesmente perfeito, o papel do James foi perfeito, e a Anastasia é mais safadinha do que nos livros, haha, tem muita gente criticando pois queriam mais cenas de sexo explicitas, mas vamos combinar que se fosse pra ser tudo do jeito que estaria no filme teria que ser praticamente um " Porno " e temos que lembrar que se tem um grande publico adolescentes, e a bilheteria não seria do mesmo modo, ent.. assistam looooooooooooogo, só é o que tem a dizer agora!", relatou outra fã.

Já a crítica não pensa do mesmo jeito. "Toda a graça se perde na adaptação. A "pornografia para mulheres", como o livro foi definido no lançamento em 2011, se transforma em sexo comportado. Mais da metade das cenas de sexo foram cortadas, como as de Anastasia fazendo sexo oral em Christian, e as que ficaram têm poucos minutos de duração", diz o texto publicado pelo G1.

"É um desencontro total, sadomasoquismo sem gosto. Algo como um bombom sem cacau ou um café descafeinado, uma combinação que dificilmente vai despertar a imaginação de quem se divertiu em “Ninfomaníaca” (2013) ou até mesmo curtiu “O Diabo Veste Prada” (2006)", diz a resenha publicada pelo portalFolha.

Como o longa-metragem é voltado, principalmente, para mulheres, outra reclamação foi sobre a exibição (ou a falta dela) de Jamie Dornan. "O personagem dele, em particular, parece fazer um monte de jogos na sua sala secreta sem tirar a calça, o que parece desconfortável. Algumas situações chegam a ser engraçadas de tão fofinho que ficou o erotismo. Para quem já viu "Ninfomaníaca", do diretor Lars von Trier, por exemplo, a palmada que Christian dá em Ana nem dói", afirma a publicação.

Diferente do que foi dito anteriormente, os diálogos parecem não chegar nem perto do peso que é mostrado no livro. Falas como "realmente gostaria de comer seu c..." foram trocadas por "não quero a introdução da sua mão no meu ânus", fato que pode deixar muitos fãs furiosos.

Com isso, pode-se dizer que "Cinquenta Tons de Cinza" não chega perto de ser um filme polêmico, como foi "Ninfomaníaca", e trata-se apenas de mais um filme de romance, com seus clichês e algumas cenas sensuais, mas comporta-se ao ter que obedecer às "normas" da indústria cinematográfica.

Sinopse

Adaptação para os cinemas do livro de E. L. James, o filme acompanha o intenso relacionamento entre a estudante de literatura Anastasia Steele (Dakota Johnson) e o milionário Christian Grey (Jamie Dornan), uma relação complexa que começa quando Anastasia deve entrevistar Christian para o jornal da faculdade. A partir daí, eles embarcam em um caso de amor e Anastasia não só descobre mais sobre seus próprios desejos, como também os segredos mais obscuros que Grey tenta esconder.

ARTIGO PUBLICADO http://www.diario24horas.com.br/noticia/38597-apesar-da-critica-fas-elogiam-cinquenta-tons-de-cinza

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6) O GLOBO por JULIO PARENTES *

Fãs de 'Cinquenta tons de cinza' e curiosos se reúnem em pré-estreia.

RIO - A temperatura dava uma prévia de como seria a pré-estreia de "Cinquenta tons de cinza", na madrugada desta quarta-feira, na Barra da Tijuca. Lá fora, os termômetros indicavam 30°C. Lá dentro, jovens agitadas fotografavam em frente ao poster do longa, estrelado por Dakota Johnson e Jamie Dornan, dirigido por Sam Taylor-Johnson, usando algemas e máscaras.

Pôsteres foram distribuídos para o público, que estava ansioso, fosse pelo apego aos personagens do romance erótico de EL James ou pela curiosidade de ver as tão prometidas cenas de sexo e sadomasoquismo protagonizadas pela mocinha Anastasia Steele e o magnata fetichista Christian Grey.

O GLOBO acompanhou a movimentação, que reuniu homens e mulheres (mas principalmente mulheres), com idades que variavam dos 16 (a idade mínima para se assistir ao filme) aos 60 anos. Queríamos saber o que os motivou a dormir mais tarde no meio da semana para correr para o cinema, e se o longa atendeu às expectativas que, a julgar pelo tamanho das filas de um complexo de salas da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, eram altas.

– Li os três livros, mas a história é uma só, não tem como escolher um melhor. Tudo não passa de uma história de amor, sabe. É um romance, e o sexo faz parte. O livro todo é assim. Estou acompanhando (o filme) há um ano e, pelo que andei vendo, acho que vai ser muito fiel. Estou na expectativa – disse a estudante Jéssika Leal, de 23 anos, moradora do Pechincha, em Jacarepaguá.

Karla Laet, de 20 anos, esperava ver cenas tórridas de sexo.

– Eu já li os três livros e também li muitas críticas do filme, mas não dá pra ter ideia. Espero que tenha momentos bem quentes, porque todo mundo está ansioso para ver isso. Acho que dá para balancear o romance com o sexo.

Já Alzira Portel, de 48 anos, que divide o gosto pelos livros com a filha, estava apreensiva antes de as luzes da sala, lotada, se apagarem.

– Igual ao livro eu sei que o livro não vai ser nunca. Só espero que não seja muito água com açúcar.

A gerente de loja Naydiane Borges, de 25 anos, foi outra que preferiu não se empolgar muito antes da hora, mesmo tendo encarado a sessão da madrugada:

– Ler o livro antes é um saco, porque quando a gente vê o filme tem muita parte cortada.Acho que não vai ser tão bom.

Havia também quem estivesse ali com objetivos profissionais.

– Como eu sou psicóloga, estou curiosa pra saber o motivo da atração de tantas mulheres por essa história. Falei pro meu marido vir me acompanhar – contou Rita Palácio, de 52 anos.

Dentro das salas, já nas primeiras cenas, a insegurança da Ana de Dakota Johnson arrancou gargalhadas na plateia. Quando a mocinha e Grey finalmente se beijam, o público também reage: aplausos, gritos, risinhos. Conforme a relação dos protagonistas vai esquentando (a primeira cena de sexo só acontece aos 41 minutos de filme), as reações ficavam cada vez mais exacerbadas.

O poder de Grey é outro fator que mexe com a plateia:

– Os outros vão buscar de carro, o cara vai de helicóptero! – comentou uma menina.

Ao fim da projeção, as reações foram mistas. Houve aqueles que, claro, preferiram o detalhismo e a narrativa com ainda mais sexo do livro, mas houve também quem saísse satisfeito. Caso da advogada Rebeca Dias, de 26 anos, fã dos livros que improvisou uma crítica da adaptação.

– Achei que o Jamie (Dornan) incorporou mesmo o Christian Grey, e se saiu muito melhor do que eu esperava, na postura, no olhar. A Dakota (Johnson), mesmo mais velha do que a personagem, conseguiu dar um ar de menininha, mais retraída. As cenas de humor foram ótimas, eu ri da mesma maneira que eu ri lendo o livro. Faltaram detalhes da cronologia, além de coisas que precisavam ser mais bem elaboradas – explica.

Sobre a polêmica cena final, que colocou autora e diretora em pé de guerra (Sam ganhou, conseguindo fazer com que a frase final fosse "não" em vez de "vermelho", como a autora insistia), Rebeca criticou:

– O final precisava de mais agressividade, a personagem se mostrou muito frágil na tela, apesar da fala quase igual à que encerra o livro. Anastasia não é submissa, ela é apaixonada, mas acho que isso não apareceu muito no filme.

Karla ficou feliz com o que viu, apesar de concordar com Rebeca quanto ao tom das interpretações dos atores.

– Estou meio extasiada, mas acho que ficou faltando mais intensidade.

O longa, porém, não conseguiu mudar a opinião da pessimista Naydiane.

– Achei o filme péssimo, totalmente. Não foi muito fiel (ao livro). As cenas de sexo até foram legais, bem feitas, mas a história pulou muita coisa.

* Com supervisão da repórter Liv Brandão

ARTIGO PUBLICADO NO O GLOBO

http://oglobo.globo.com/cultura/filmes/fas-de-cinquenta-tons-de-cinza-curiosos-se-reunem-em-pre-estreia-15316255

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7) FASHIONISMO por THEREZA 12.02.2015

REVIEW: 50 TONS DE CINZA, O FILME!

Dois anos e meio depois de fazer o primeiro post sobre o livro 50 Tons de Cinza, cá estou pra comentar sobre o filme que vi nessa madrugada (as fotos do post são da premiere do filme que rolou ontem em Berlim).

CALMA, ainda não vem spoiler (até porque este é relativo quando se trata de um filme sobre um livro, mas vou avisar quando for um possível), mas primeiro um desabafo:

Que gente chata que fica cricriticando a tal da saga FSOG, que é um filme raso, que a autora escreve mal blá blá, gente, é apenas um filme de puro entretenimento, eu nunca o levei tão a sério assim e ninguém quer (re)inventar a roda ou a penicilina não, o filme virou moda e sorte a dele. Bom, passado esse momento, uma informação relevante pra quem assistiu ou não:

HAVERÁ SEQUÊNCIA!

Será uma trilogia, exatamente como o livro (ou Crepúsculo, rs) e isso já diz muito sobre esse primeiro filme e, como nobre entusiasta da saga, posso afirmar, o filme foi fiel ao livro, se isso é bom ou não, saberemos abaixo.

Quero assistir ao filme de novo, com calma e concentrada (a mulherada na sessão tava achando gargalhando nas cenas que eu até desconcentrei, mas talvez se eu fosse com amigas faria igual), mas já tenho minha visão, depois de tanta expectativa.

Agora vamos às questões que passavam pela nossa cabeça ao longo desse período pré paredãofilme, não é necessariamente spoiler, mas é minha concepção sobre o filme, vou puxar o tópico e deixar um espaço caso você não queira ler :)

É UM FILME DIGNO DE OSCAR? É PURO ENTRETENIMENTO? É UMA GRANDE DECEPÇÃO?

É entretenimento! Nada que você saia embasbacada aguardando as estatuetas, tampouco uma decepção “perdi minha juventude com isso?!“. É um filme bem feito, redondo e fim. Como fã (não tali) não sai decepcionada e nem senti que desperdicei R$53 (que ingresso caro hehe).

O CHRISTIAN E A ANA FUNCIONAM? JAMIE E DAKOTA TRABALHAM BEM?

Lembra do tempo que a gente torcia por Ryan Gosling (ok, Matt Bomer) e Emma Watson? Achei bem bom eles ficarem quietinhos no canto deles. A decisão de serem duas (praticamente) new faces, foi a melhor tomada.

Jamie é muito charmoso, tem uma atuação contida e correta (tô me sentindo A crítica kkkK), é bom pro papel e não deixou nosso ~imaginário~ se decepcionar. Já Dakota me surpreendeu, a personagem não é fácil, é chata, mas a atriz se entregou e quando digo isso, falo pelas cenas de nudez, que ela estava lá de corpo, alma e peitos de fora, merece o reconhecimento.

A QUÍMICA DOS DOIS???

Não vou dizer que achei algo surpreendente UAU OMG PERDI O FÔLEGO, mas rolou uma boa sintonia. Poderia ser mais? Sim, mas foi correto, interessante e bem produzido na maior parte do filme. Rodrigo me acompanhou (obg dscpl!!), não sabia NADA do filme, e disse que era uma versão Crepúsculo mais adulta, e é mais ou menos isso.

SOBRE A PRODUÇÃO CENAS E CENÁRIOS DO FILME?

Ele também me perguntou se era filme low budget kkkk, de fato certos cenários poderiam ser mais caprichados, a sala de reunião tem muita cara de estúdio dos anos 90, o apartamento dele é frio demais e eu SEI que a intenção era essa, mas poderia ser mais bem trabalhado, sofisticado e natural. Mas o quarto da dor em si é fiel ao filme, poderia ser mais “boudoir” e “lúdico”, mas foi bem reproduzido. Assim como o figurino, ele sempre impecável e ela sempre… ela. Agora sobre a trilha sonora: INCRÍVEL! Foi um ponto importante e que fez muita diferença!

AS CENAS DE SEXO?

Muito bem produzidas! São de fato quentes (a do gelo foi a melhor), com takes certeiros, não é nada constrangedor, chocante, tampouco decepcionante, achei muito bom e no limite do bom senso de um filme que não passa no xvideos. No total são 20 minutos de cenas de sexo (o filme tem 125 minutos), achei bem razoável, porque o legal do filne também é o ~desabrochar~ do conturbado relacionamento.

MINHA EXPECTATIVA X MINHA REALIDADE

O que eu achei num todo? Tava muito animada e ansiosa! Depois do filme não saí da sala eufórica e entusiasmada, sabe? Tipo não me decepcioneeeei, mas também não me surpreendi. Era exatamente aquilo que esperava, apesar de terem cortado muitas cenas (lógico), no final foram bem fiéis ao livro, talvez até demais!

Sei que é um livro questionável, cativante, mas nada revolucionário. No fundo esperava que o toque hollywoodiano pudesse deixá-lo mais surpreendente, mas no final das contas, com tanta expectativa do povo, eles buscaram agradar quem de fato leu o livro e esperou esse tempo todo pelo filme! Acho que o final é positivo, o tombo poderia ser maior e por aqui sigo curtindo a saga e, logicamente, aguardando pelo desenrolar!

ARTIGO PUBLICADO NO FASHIONISMO

http://www.fashionismo.com.br/2015/02/critica-50-tons-de-cinza-o-filme/

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8) TECMUNDO por Por Fabio Jordão 12 fev 2015 - 18h 43

Assistimos ao filme “50 Tons de Cinza” e faltou ousadia pra ficar bom

E a tão aguardada versão cinematográfica de “Cinquenta Tons de Cinza” finalmente chega às telonas de todo o Brasil para agradar as fãs (e os fãs) que esperavam ansiosamente pelo Sr. Grey.

Com direção de Sam Taylor-Johnson (de O Garoto de Liverpool) e roteiro de Kelly Marcel (de Walt nos Bastidores de Mary Poppins), o longa-metragem conta apenas os acontecimentos do primeiro livro de E. L. James.

Para você que não sabe nada sobre a história, vale uma pequena introdução. Em “Cinquenta Tons de Cinza”, acompanhamos o início e parte do desenvolvimento do relacionamento entre Christian Grey (Jamie Dornan), bilionário de 27 anos que tem gostos peculiares, e Anastasia Steele (Dakota Johnson), uma jovem estudante que trabalha em uma loja de ferramentas.

A grande polêmica do filme — que obviamente está na história original do livro — é justamente a ousadia sexual do Sr. Grey e a forma como a história entre ele e Anastasia se desenvolve. Dito isso, fica a dúvida: rola safadeza no filme? Não muita e é aqui que temos o principal problema do filme.

Para resumir rapidamente e evitar que você sofra com spoilers, vamos direto ao ponto. O longa-metragem que deveria mostrar ousadia e deixar a plateia boquiaberta não consegue ir muito além de um romance banal e de cenas mais cômicas do que excitantes. Vamos discorrer sobre o assunto para ver o que deu errado.

Alerta spoiler

Antes de prosseguirmos, vale ressaltar que vamos abordar diversos detalhes da trama do filme no desenvolvimento deste texto. Recomendamos que você leia apenas depois de assistir, pois muitas informações aqui presentes podem prejudicar sua experiência no cinema. Nós avisamos.

Roteiro vago

Eu não faço ideia de como o livro conta a história entre Grey e Steele — e também pouco me importa, já que não estou fazendo uma comparação entre as duas mídias e que os protudores e roteiristas deveriam ter pensado em um público muito maior —, mas a verdade é que o filme tem um desenvolvimento muito lento dos personagens e até bem vago.

Tudo bem que o senhor bilionário é um ser cheio de mistérios, mas chegar ao fim da película (que se arrasta mais do que jegue no banhado) e só descobrir que a mãe dele era usuária de crack é muito frustrante.

É bem possível que muitos expectadores simpatizem mais com o mordomo Taylor do que com o próprio Christian. Tal qual a personagem principal, as pessoas que assistem este primeiro filme ficam confusas e até irritadas com o desenrolar da trama.

Não bastasse essa problemática, o roteiro tem uma série de furos. É compreensível que o homem com barriga de tanquinho tenha muito dinheiro e possa ter alguns contatos que facilitem sua vida, mas ele não é o Batman e nem tem espiões espalhados pelo mundo para conseguir seguir uma pessoa tão de perto (e se tem, o filme deveria mostrar isso).

Há inúmeras situações em que ele simplesmente aparece e não há qualquer explicação de como isso acontece. A cena em que ele faz uma surpresa na casa dela também é bizarra, já que em momento algum ela deu a chave ao rapaz.

O mais bizarro é ver o filme se contradizer. Depois de todo um mistério construído em volta do personagem principal e ele repetindo várias vezes que não gosta de romance, nos deparamos com uma cena de passeio em helicóptero com direito a trilha sonora romântica. Enfim, esses são apenas alguns exemplos de como a história é falha e mal contada.

Tinha que ser mais explícito!

Errar no roteiro é uma coisa que (não deveria, mas) acontece. Agora, não dá para entender porque foram tão tímidos na hora das cenas sensuais. O filme que deveria chocar o mundo com uma relação apimentada não passa de uma exibição dos acessórios de um sex shop.

O longa-metragem apenas dá leves pinceladas sobre algumas das possíveis brincadeiras e práticas inusitadas do Sr. Grey. As cenas são bem leves e estão mais para nu artístico, do que para algo ousado e impressionante. Parte da limitação é a falta de sequências mais explícitas.

Quem pensa que vai ver genitálias e atos completos está completamente enganado. O filme parece mais um romance qualquer com cenas de “esfrega-esfrega” com direito há um ou outro acessório mais sadista.

A fotografia e a direção até que vão muito bem, até porque estamos falando de gente profissional que sabe o que está fazendo. A trilha sonora é possivelmente o grande destaque, já que consegue ser mais sensual e ousada do que as imagens. No fim das contas, o resultado geral é decepcionante. Uma pena!

ARTIGO PUBLICADO NO TECMUNDO

http://www.tecmundo.com.br/critica-de-cinema/75024-assistimos-filme-50-tons-cinza-faltou-ousadia-pra-bom.htm

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9) TRIBUNA DO CEARÁ por Daniel Herculano 12 de fevereiro de 2015

Crítica: “Cinquenta Tons de Cinza” é um filme brochante

Depois de mais de 100 milhões de cópias de livros vendidos, o romance pseudo-sadomasoquismo de Anastasia e Mr. Grey chega aos cinemas de todo o mundo.

Príncipe encantado existe? Parece que para as leitoras dos livros de E. L. James sim. Quando uma estudante de literatura inglesa (hummm), conhece por obra do destino (hummm) um bilionário (hummm), bonito (hummm), malhado (hummm) e solteiro (hummm), a atração entre os dois é imediata. Ela, uma ingênua virgem (hummm), ele, um rapaz com tendências sadomasoquistas (hummm), fruto de traumas de infância (hummm). Poderia ser cômico se não fosse levado tão a sério.

Pois é.

Depois de mais de 100 milhões de cópias de livros vendidos, chega aos cinemas a adaptação de Cinquenta Tons de Cinza (Fifty Shades of Grey, 2015) de Sam Taylor-Johnson. Romance pseudo-sadomasoquismo que sonha em ser um pornô-chic, a obra tem ainda um subtexto de drama psicológico barato e é puro e simplesmente um produto. E ruim.

A relação de Anastasia Steele (Dakota Johnson) e Christian Grey (Jamie Dornan) é baseada em atração física com um recheio de romance. Bem, é o que a jovem deseja, e ao ser seduzida com viagens de helicóptero, voo de aeroplano (parece cópia de Thomas Crown), presentes caríssimos, serviço de chofer e sequestros em meio à embriaguez noturna, provam que tudo entre eles deveria ser fácil, muito fácil de ser resolvido.

O filme o apresenta como sofisticado, mas seu salão de jogos quer transformá-lo num doente. Certo. Seis palmadas depois e o fim está próximo. A paixão acabou e o amor sofre entre a dor e o ódio.

Mas o bilionário é pura pose, cara fechada e que insiste em tirar a camisa. E a roupa. Ladra mais que morde. Se insinua um doente sadomasô para se fechar em seu mundo de posses. Incluindo a posse de uma pessoa. Ah, e há um contrato de submissão, imaginem o quanto um texto pode ser tão vergonhoso.

Casal

Ator da escola Cigano Igor de interpretação, Jamie Dornan (de Maria Antonietta, 2006) é um boneco de cera com tanquinho. Nem seu salão de jogos o salva. Cara de mau, é um garotinho mimado armado com chicotes e algemas. Em vão. Pois seus jogos eróticos são brochantes.

Já Dakota Johnson – filha de Melanie Grifith e Don Johnson e que tem cinema no DNA – se esforça bastante. Mais nua em cena que seu par, ela se esconde na fraja, se arrepia, geme, morde os lábios e se enrubescer. É uma jovem comum que demonstra no brilho dos olhos que acredita no amor.

Mise en scene

Boa diretora, Sam Taylor-Johnson (do ótimo O Garoto de Liverpool, 2009) se esforça em deixar as sequências sensuais em bonitas. Seu mise en scene foca nos detalhes das ações e abusa de peitos e bundas (ok, ok), mas sem nunca se entregar por completo. Culpa do texto pobre e previsível. Nem Fellini e seus devaneios geniais salvariam um filme com um roteiro tão ruim.

A fita é baseado no livro de mesmo nome do primeiro volume da trilogia que continua com 50 Tons de Liberdade e 50 Tons Mais Escuros, todos escritos pela inglesa E. L. James. Na adaptação, além de muita nudez, há um senso de humor abusivo, com tiradinhas canastras e meia.

Com muitos paralelos da “Saga” Crepúsculo – fenômeno da literatura com texto ruim, a trama apresenta a jovem deslocada que encontra um príncipe encantado com problemas – Cinquenta Tons de Cinza é um filme brochante.

Previsível do início ao fim, é apenas uma fita sensual de grife, com uma fotografia que insiste em fazer clima com tudo, trilha sonora de motel truando, fantasias eróticas meia boca, romance (?) distante, frases de efeito risíveis e sofisticação em cada detalhe. Pra quê, mesmo?

ARTIGO PUBLICADO NA TRIBUNA DO CEARA

http://tribunadoceara.uol.com.br/diversao/script/critica-cinquenta-tons-de-cinza-e-um-filme-broxante/

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10) MOMENTO VERDADEIRO Com informações da Folha de S.Paulo e Os Paparazzi.

'50 Tons de Cinza' é criticado antes de estréia no Brasil.

O longa "50 Tons de Cinza", adaptação para os cinemas do livro de E. L. James, que estreia no Brasil, nesta quinta-feira, 12, parece que não agradou a muitos, e já recebeu críticas negativas nas redes. A reclamação é que a produção ficou muito longe do esperado, as cenas mais 'calientes' não foram reproduzidas como se aguardava, e o sadomasoquismo presente no livro não foi retratado de forma que empolgasse o público e nem os críticos.

E dentre as críticas espalhadas pela web sobre o filme, destaca-se a visão de Barbara Gancia, comentarista do Saia Justa, do GNT, e colunista da Folha. "O tal Christian Grey do ator Jamie Dornan tem meio metro de altura, tipão de mascote de boy band e só condiz com o macho viril e dominador se o paradigma for o Justin Bieber", brinca a colunista. "Anastasia Steele, criada pela atriz Dakota Johnson, é igualmente improvável. O único recurso dramático de que usa para nos convencer de que está sedenta de amor é morder o lábio inferior", acrescentou, comparando Anastasia Steele com a Cinderela.

Ela segue a crítica do filme destacando as questões amorosas que são aguardadas no filme. Cadê as cenas sensuais de Cinquenta Tons de Cinza, hein? "O dominador não tem prazer no controle do outro, ele passa o filme inteiro, entre uma chicotada e outra, perguntando se a moça gostou. E ela apenas cede aos desejos dele para tentar arrumar um namorado nos conformes. Em nenhum momento sente prazer na viagem do Mr. Grey (...) É tanto moralismo papai e mamãe que você sai achando que acaba de assistir a um longo comercial de perfume", concluiu.

Outra crítica fala da leveza do sadomasoquismo retratado pelo filme, diferentemente do que está no best-seller. "É um desencontro total, sadomasoquismo sem gosto. Algo como um bombom sem cacau ou um café descafeinado, uma combinação que dificilmente vai despertar a imaginação de quem se divertiu em “Ninfomaníaca” (2013) ou até mesmo curtiu “O Diabo Veste Prada” (2006)", diz a resenha publicada pelo portal Folha de São Paulo.

Com isso, pode-se dizer que "50 Tons de Cinza" não chega perto de ser um filme polêmico, como foi "Ninfomaníaca", e trata-se apenas de mais um filme de romance, com seus clichês e algumas cenas sensuais, mas comporta-se ao ter que obedecer às "normas" da indústria cinematográfica.

ARTIGO PUBLICADO NO MOMENTO VERDADEIRO

http://www.momentoverdadeiro.com/2015/02/50-tons-de-cinza-nao-empolga-criticos-e-publico.html

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11) CINEPLAYERS por Francisco Carbone

Entre diálogos constrangedores e metáforas sobre a crise de indivíduos em queda, alguns tons de surpresa.

Talvez hoje não exista sequer uma pessoa no mundo que não saiba do que se trata a novela de EL James, publicada há 3 anos atrás e um fenômeno desde então. O que talvez alguns não saibam é que a autora britânica criou sua trilogia romântica-sexual com base num grupo de fãs de Crepúsculo, conhecido como fanfiction, e que seus primeiros esboços nada mais eram do que versões eróticas da saga de Edward Cullen e Bella Swan. Até por se tratar disso, qualquer leitor que procurasse qualidade ficaria longe do novo sucesso literário, mas a verdade é que hoje mais de 100 milhões de exemplares já foram vendidos mundo afora dos seus 3 exemplares e, de cara, a Universal comprou seus direitos para o cinema numa bagatela (de 5 milhões), cujas continuações foram oficialmente confirmadas mês passado. Leitores exigentes, espectadores exigentes, críticos ainda mais... Afinal, a quem serviria uma adaptação cinematográfica de algo como Cinquenta Tons de Cinza, se não a mocinhas sonhadoras com alguma pimenta ou senhoras desanimadas, ambos grupos majoritariamente encrustados na América do Norte? Pois reveja seus conceitos, como eu bizarramente revi os meus.

Não, não estamos falando de um bastardo de Bergman, um petardo da categoria de Godard ou mesmo um neoclássico anglo-saxão das escolas de Kubrick ou Scorsese; desfaça do mau humor e da má vontade que a diversão está garantida, e camadas insuspeitas de subtexto sócio-cultural dão as caras, fazendo da experiência uma das sessões mais intrigantes da temporada. Afinal, na trilogia de papel encontramos tudo isso também, ou a roteirista Kelly Marcel de fato 'se virou nos 30'?

De cara, vejo gritando como o horrendo quinteto de filmes sobre o triângulo amoroso envolvendo uma humana, um vampiro e um lobisomem gostaria de ter 10% dos valores de produção que esses tons apresentam. Trilha de Danny Elfman, figurino de Mark Bridges, fotografia de Seamus McGarvey, perco a conta de quantas merecidas indicações ao Oscar eles conseguiram reunir entre os técnicos escalados. Detalhe: ninguém foi contratado e deitou sobre o dinheiro ganho não (como um certo filme dirigido por uma certa esposa de um certo Brad Pitt demonstrou ser capaz); tecnicamente requintado, com cenários excelentes, com uma iluminação de fazer inveja a vencedor de prêmio - atenção à esbasbacante cena da "reunião" entre os protagonistas, toda perfeitamente fotografada e montada - e com uma soundtrack escolhida a dedo, o filme realmente assusta. A clara mensagem é a de que não precisa servir ração vagabunda a um público consolidado, já que há a possibilidade de banquete.

Obviamente que não havia como fazer milagre com o texto, afinal deviam haver certas passagens que as fãs não permitiriam deixar de fora, mas também nenhuma necessidade de criar a pólvora, apenas caprichar na embalagem já seria suficiente para o ávido grupo de seguidores dos romances. Então, estão lá a nada disfarçada releitura de todas as histórias românticas que o cinema e a literatura já explora: moça jovem e virginal cai de tesão (vamos deixar claro que é isso mesmo que a moçoila sente a primeira vez) por um riquíssimo jovem empresário e ambos aos poucos engatam algo parecido com um romance, que se descortina (aí sim!) com certa ousadia temática, afinal, o moço é adepto de todo tipo de prática sadomasoquista que se ouviu falar (a julgar por seus aposentos), única e exclusiva, sem espaço para romance na ordem do dia. Os diálogos acabam variando entre o "ingênuo" e o "hardcore cavalheiresco", com alguns momentos engraçados (no mau sentido). Escolheu-se um casal muito bonito e esforçado (afinal, o produto não necessitava de Ryan Gosling ou Saoirse Ronan) que foram bem ensaiados e conseguem convicção nas cenas expressivas e também nas ousadas. Ah, elas existem... Mas não preciso deixar claro que sites pornográficos estão aí pra isso, e diretores europeus ousados como Lars Von Trier e Abdelatiff Kechiche não precisam responder por um lançamento em 4000 salas americanas, por isso podem arcar com sexo semi explícito. Não há porque cobrar além da ousadia que o filme já demonstra.

Mas e o público que nunca leu esses raios desses livros? E que não é uma mocinha moderna que esconde um livro 'guilty pleasure' no fundo do seu tablet? O alcance de Cinquenta Tons de Cinza é tão restrito assim? Sim e não. Sim, porque obviamente há um preconceito monstro com o material, que inclusive eu entendo já que não falamos de nada além de uma ficção barata e mal escrita que caiu nas graças da massa. E não, porque vencer esse preconceito é descobrir a infinidade de camadas que a diretora Sam Taylor-Johnson e a roteirista Marcel enfiaram no produto. Porque tudo que eu escrevi acima interessa basicamente às fãs apenas, embora eu aponte vários predicados no material final. Só que independente disso tudo, pra mim, Cinquenta Tons de Cinza mostra um mundo em ruína, uma sociedade que precisa mudar para alcançar o patamar que necessita para o recomeço, um retrato sobre a crise econômica atual do ponto de vista dos intrépidos e dos destemidos, que precisarão apertar os cintos e demonstrar sobriedade nos novos tempos.

A falência moral individual também está lá, através do homem mais que ousado que cai por terra diante do novo, do não vivido e do intocado. Um homem em busca das mesmas jornadas e das mesmas emoções baratas, que percebe numa curva que seu mundo já pode não ser mais tão instigante assim. Um homem que não tem nada de príncipe encantado, que só é perfeito através do binóculo, mas que demonstra todas as suas ranhuras sob qualquer lupa. Um filme sobre reinvenção de ambas as partes... Nada sexista, sem a bobajada feminista de "mostrar que a mulher precisa ser puta/submissa para encontrar o amor" (o cúmulo da observação vazia e idiota, de quem "não viu e não gostou") - até porque Anastasia de boba não tem absolutamente nada e faz o Sr. Grey comer na mão dela no segundo encontro - mas acima de tudo, um filme sobre escolhas, as certas e as erradas. Homens e mulheres são aparentemente fortes hoje em dia, em iguais condições de ganhar batalhas no mundo moderno, mas ainda tem muito a aprender nas relações amorosas e interpessoais, onde as desconfianças, o medo do novo e a necessidade de ceder ainda emperra relacionamentos, igualzinho a séculos atrás.

E sim, esse texto está falando de Cinquenta Tons de Cinza, o filme "vazio e ordinário" que está tomando de assalto as telas do mundo todo a partir desse fim de semana. Que início inusitado para algo que nem deveria se pretender tanto assim, hein...

Por Francisco Carbone, em 12/02/2015 Avaliação: 6/10 http://www.cineplayers.com/critica/cinquenta-tons-de-cinza/3039

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